Aeroportos regionais e rodovias em colapso: quais são as prioridades do Maranhão?
O governo do Maranhão lançou recentemente um projeto para construir e revitalizar aeroportos regionais, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico e promover a integração regional. Reconhecemos a importância dessa iniciativa para fortalecer a infraestrutura logística do estado, atrair investimentos e facilitar o acesso a diferentes regiões. No entanto, é impossível ignorar a situação crítica das rodovias estaduais e federais que cortam o território maranhense.
A precariedade da malha viária foi escancarada recentemente com o colapso da ponte do Estreito, um elo vital entre o Maranhão e o Tocantins. O desvio improvisado por rodovias estaduais expôs a fragilidade dessas vias, marcadas por buracos, falta de manutenção e incapacidade de suportar o tráfego intenso de veículos pesados. Essa situação compromete não apenas o transporte de mercadorias e a mobilidade da população, mas também a segurança nas estradas.
O desenvolvimento econômico não depende apenas da expansão aeroportuária; ele se sustenta, primeiramente, na conservação adequada das rodovias já existentes. É preciso garantir que o escoamento da produção agropecuária e industrial do estado possa ocorrer de maneira eficiente e segura. Além disso, investidores que consideram expandir seus negócios no Maranhão esperam encontrar uma infraestrutura logística confiável — algo que, no momento, está comprometido.
Projetar aeroportos regionais pode ser um passo importante para o futuro, mas assegurar condições dignas nas estradas estaduais e federais é um dever imediato e inadiável. Não se constrói crescimento sustentável sem bases sólidas. Afinal, de que adiantam novos aeroportos se o acesso terrestre a muitas regiões do estado continua em situação precária?
